#19 Tudo o que eu quero fazer é ilegal
Mulheres são monstruosas - e indicando meu filmes favoritos com personagens femininas legitimamente más
Mulher monstro
Eu amo ler livros e assistir a filmes com mulheres genuinamente más. Não quero saber o motivo que a levou a ser má; quero ver as atrocidades que ela comete. Não me interesso pela história de origem da vilã - só quero uma mulher moralmente horrível no meu campo de visão nas próximas duas horas.
Sou uma mulher extremamente girls girl, e também costumo dizer que i support womens rights and wrongs. Isso já chocou uma amiga, que não entende como eu, desde sempre cercada por mulheres ruins, não quis evitar construir uma bolha feminina ao meu redor. Não tenho muitos amigos homens, e meu noivo é o único homem com quem já me envolvi romanticamente por mais de três meses. Eu amo essa bolha feminina e amo estar em contato com outras mulheres - boas ou más. Eu preciso estar em contato com elas.
Apesar de amar as mulheres, não gosto de ser mulher. Ser mulher é atuar. Eu não consigo entender como todas as mulheres ao meu redor não estão constantemente putas com isso. Eu, por exemplo, ando sempre à beira de pegar um pedaço de pau e sair quebrando vidros de carros. Um homem mexeu comigo na rua? Eu não quero abaixar a cabeça a fingir que não é comigo, quero poder quebrar o joelho dele ali mesmo. Tive que afinar a voz para que algum homem em posição hierárquica que eu seja um pouco mais gentil comigo? Minha vontade é me degolar. Uma mulher mais velha me olhou com condescendência e inveja gratuitas? Por que você me odeia tanto quanto a minha mãe? O que eu te fiz, além de ser mais jovem que você?
Eu amo mídias sobre a monstruosidade e autodescrição como distanciamento do arquétipo do ideal feminino. Sobre mulheres loucas e putas da vida assumindo o papel de vilãs, e não de vítimas ideais. É um lembrete de que todo o "ser mulher" é um esforço para controlar algo visceral e grotesco, que se esconde dentro de nós depois de tantos anos de atuação. A raiva feminina precisa ser reprimida. Ela é transformada em lágrimas, em inveja, em alienação - quando poderia, talvez, muito bem ser um pedaço de pau quebrando um vidro qualquer.
Filmes com mulheres de índole questionável
Gradualmente a mulher vai ficando pior e mais má.
Jawbreaker (1999)
Esse aqui é divertidíssimo. É camp. E é meio gay também. A atriz principal é uma das mulheres mais estonteantes que já vi. A história gira em torno de um grupo de amigas que ACIDENTALMENTE mata uma das integrantes com um quebra-queixo (a coitada morre sufocada, a cena é tenebrosa). Agora, elas precisam dar um jeito de acobertar o crime. São mulheres más, mas meio que divaram.
The Call (2020)
Este é um clássico caso de "Talvez Não Devêssemos Colocar Atores Gostosos Para Interpretar Psicopatas". Ideal para quem gosta de serial killers e do efeito borboleta, o filme traz uma premissa interessante e é bem dinâmico. A trama gira em torno de uma garota que, ao atender um telefone perdido em sua casa, entra em contato com uma serial killer que morou ali anos atrás. Os resultados dessa amizade são trágicos e, infelizmente, eu acabei com uma quedinha na vilã.
Sick of Myself (2022)
Aqui a gente já começa a ir ladeira abaixo. Se você já leu Meu Ano de Descanso e Relaxamento, é quase certo que vai gostar desse filme. A personagem principal é uma pessoa desprezível, e você passa a odiá-la cada vez mais ao longo da trama. A história gira em torno de uma mulher obcecada por atenção, que começa a forjar sua própria doença para receber o máximo de atenção possível. No final, você pensa: "Meu deus, eu não aguento mais assistir a essa vadia", mas garanto que vale a pena. Eu simplesmente AMO quando criam uma personagem feminina tão odiável quanto essa.
May December (2023)
As atuações são excelentes, o roteiro é bem construído, e, apesar de longo, cada parte parece essencial. A história, inspirada em um caso real, gira em torno de uma atriz que decide se aproximar da mulher que vai interpretar, na tentativa de entender como sua mente funciona. O problema é que essa inspiração é uma pessoa detestável, que arruinou a vida de um garoto de 14 anos. O filme causa muitos embrulhos no estômago, mas prometo que não tem cenas pesadas.
The World of Kanako (2014)
Quando vi esse filme, pensei: "Nossa, o que pode haver de tão ruim em uma menininha tão fofa?" Mas eu estava totalmente enganada. Ela é um verdadeiro monstro, eu realmente não esperava ver nada do que vi. Este filme vem com um grande trigger warning, mas é TÃO bom. A história é sobre um policial (muito tóxico, por sinal) que, após o desaparecimento da filha, começa a investigar a vida dela e descobre, aos poucos, segredos cada vez mais perturbadores. Sem dúvida, a mulher mais sórdida e cruel desta lista.
Fiz uma coisa
Não sei se repararam, mas eu gosto de escrever. Eu sei, é uma grande revelação, prometo que é verdade. Bom, em setembro, recebi algo particularmente divertido da minha psiquiatra: meu prontuário médico. Algumas partes me deixaram genuinamente deprimida, outras me fizeram rir, e algumas me lançaram direto para a negação. "Quê? De onde essa mulher tirou isso?" Acho que poucos pacientes têm acesso aos seus próprios prontuários e, em vez de me afundar no sofrimento, decidi transformar essa oportunidade em algo que eu amo fazer: escrever. E, assim, nasceu uma ideia para uma história.
Acredito profundamente em uma frase que vi no Pinterest uma vez: “turn madness into something creative or it will eat you alive”. E foi exatamente o que fiz. Peguei pedaços muito pessoais, coisas que eu tinha vergonha de admitir até para minha médica, e exagerei um tantão, afinal, é para ser uma história interessante.
A proposta é um conto curto, escrito em um formato bem parecido com o do meu "diário de bordo" nos dias em que precisei ficar em casa. Já publiquei dois capítulos e, no máximo, teremos uns quatro. Aí vai a sinopse:
Sabrina vive presa em um ciclo de solidão, negando sua condição e o tratamento que poderia salvá-la. Em meio a essa confusão mental, ela se vê envolvida em uma relação complexa com Helena, sua nova vizinha, que parece se interessar por ela rápido demais. À medida que a linha entre o amor e a obsessão se torna cada vez mais tênue, Sabrina se vê em um jogo psicológico tortuoso, incapaz de discernir a verdade das ilusões.
Link para leitura, por favor, deixem o feedback!
Obsessão da semana
Eu ainda estou na fase Ethel Cain. Não consigo parar de pensar nela. Não consigo parar de ouvir as músicas. Não consigo parar de checar o Instagram pra ver se ela postou algo novo. Estou ficando obcecada. Não vejo a hora de Perverts sair em janeiro de 2025. Passo 80% do meu tempo falando da Ethel Cain, e nos outros 20% eu torço pra que alguém traga o nome dela à conversa, só pra eu poder falar mais.
Agora já estou obcecada o suficiente pra listar minhas músicas favoritas, que obviamente recomendo:
Family Tree
Inbred
Ptolemaea
Family Tree (Intro)
Knuckle Velvet
Além disso, estou viciada no Tumblr pessoal dela e constantemente pensando neste hot take aqui:
Sei lá, eu meio que entraria pro culto da Hayden se ela fundasse um.
Outra coisa que não chega a ser uma obsessão, mas que me prendeu a semana toda, foi o novo EP da Poppy. Gosto da Poppy, acho ela muito talentosa. Queria que ela fosse mais mainstream, ela merece muito mais atenção. O novo EP é do jeito que eu gosto: uma mulher puta da vida gritando. E pra mim, isso basta.
Leitura da vez
Não se atreva a me olhar com essa cara.
É sério.
CALMAAAAAAA, NÃO VAI AINDA, TENHO MAIS UMA COISA PRA FALAR!!!!!!!!!!!!!!!
Agora estamos nas redes sociais! Em breve eu vou tomar vergonha na cara e cuidar direitinho delas, então, faz favor de seguir! *coloco uma arma na sua cabeça*
Edições anteriores ౨♡︎ৎ
É isso, um beijo da Anitta!
vanessinha, ainda vou te dar orgulho e ter coragem de assistir coisa de terror, então dessa lista, tentarei assistir my call. i promise !!! i need to know more bad women
AMEI!!!! VOA, MULHER, VOA.